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Número de registro
183
Denominação
Autor
Classificação
Resumo descritivo
Oratório retangular vertical, de base emoldurada, com parte lisa ao meio. Porta de duas folhas, com três almofadas altas e emolduradas, sendo a do centro com entalhe de retângulo com quinas abatidas em ¼ de círculo. Parte superior em cimalha larga, emoldurada e frisada. Faces internas das folhas da porta com pintura representando buquê de rosas presas por laços vermelhos e, ao meio, figuras de santos: na folha esquerda, Nossa Senhora da Conceição de mãos postas, com sete estrelas em volta da cabeça, de túnica branca e manto azul; de pé sobre globo com a crescente; na direita, a figura de São José de Botas, segurando o cajado florido; com a mão direita sobre o peito; de túnica branca e manto azul. Internamente, o fundo e a lateral com pintura de buquê de flores.
Altura (cm):
116,0
Largura (cm):
72,5
Profundidade (cm):
33,0
Local de produção
Data de produção
Fotógrafo
Data da foto
2007
Características técnicas
Móvel em madeira (vinhático e jacarandá), em partes recortadas, entalhadas, encaixadas e fixadas por pregos e cavilhas. Pintura a têmpora, nas cores branco, vermelho, verde, azul, marrom e ocre. Folhas das portas fixadas por par de dobradiças de recortes apontados, em ferro batido; um trinco em ferro batido para fechar a porta.
Características estilísticas
Oratório de linhas retas, com porta de almofadas altas e pintura de gosto popular no interior, figurando santos e flores. Datável do século XIX, de origem certamente mineira.
Características iconográficas/ornamentais
Representação tradicional de São José de Botas em Minas Gerais, de meia-idade, cabelos semilongos, com barba, vestindo a túnica cingida na cintura, o manto terciado e as botas de cano alto; como atributos tem o Menino Jesus, carregado ao colo – que aqui não tem – e o cajado terminado em flor de lírio. São José é um dos santos mais festejados da Igreja, sendo venerado no Oriente desde o século IV; no Ocidente seu culto tomou impulso através da propaganda dos jesuítas e de Santa Teresa de Ávila, ardorosa devota do santo, que fundou vários conventos a ele dedicados. Seu dia festivo é o 19 de março. (1) (2) e (3) A representação artística da Imaculada Concepção da Virgem Maria foi um dos maiores desafios da iconografia católica. O desenvolvimento desse complexo tema só teve seu desenvolvimento, e já tardio, a partir do século XII. (Lembre-se que somente em 1854, o papa Pio IX, proclamou o dogma à Imaculada Concepção da Virgem inquestionável). Na elaboração do tema fundiram-se duas imagens: da Virgem das Litânias, de mãos postas em oração, e da mulher descrita no Apocalipse, crescente como a lua e brilhante como o sol. A estas imagens se acrescentaram outras, como a serpente mordendo a maçã, símbolo do pecado original; No mundo luso-brasileiro foi esta a representação que vingou da Conceição – padroeira do Império Lusitano desde 1646. O culto da Virgem da Conceição em Minas Gerais difundiu-se desde os primórdios da capitânia, quando a ela se dedicaram as primeiras igrejas matrizes, muitas ainda hoje de pé. (4),(5) e (6)
Dados históricos
, Não foram localizados dados específicos sobre o objeto.
Referências bibliográficas/arquívisticas
MEGALE, Nilza Botelho. Santos do Povo Brasileiro. Petrópolis/RJ, Vozes, 2002
|PASTOREAU, Michel. La Biblia y los Santos. Madrid, Alianza Editorial, 1996.
|ROIG, Juan Ferrando. Iconografía de los Santos. Barcelona, Ediciones Omega, 1950.
|Iconografia da Virgem Maria. Belo Horizonte, IEPHA, 1982 (Caderno de Pesquisa 1)
|JUNIOR, Augusto de Lima. História de Nossa Senhora em Minas Gerais. Belo Horizonte, Imprensa Oficial, 1956.
|MELLO E SOUZA, Maria Beatriz. Imaculada Conceição. In: Boletim do CEIB, Belo Horizonte, Ano I, número II, março/1997.