Documento
Metadados
Número de registro
082
Denominação
Título
Nossa Senhora da Glória
Autor
Classificação
Resumo descritivo
Ex-voto retangular horizontal, com moldura suposta, arredondada. Pintura central representando um homem deitado no chão sendo atacado por três figuras de negros. Visão do lado direito, com Nossa Senhora da Glória, de pé, em posição frontal, levando um cetro em uma das mãos, e na outra carregando o Menino Jesus coroado, que leva também um cetro. Vestida de túnica branca e manto azul; cercadura em concheado azul e vermelho. Inscrição na parte inferior (ver acima). Fundo branco. Verso da tábua com pintura original representando a mesma cena (já muito apagada), mas com a visão do lado esquerdo (também apagada) e a inscrição inferior, já bem esmaecida, deixando, entretanto, ver uma data de 1796.
Altura (cm):
33,0
Largura (cm):
18,0
Profundidade (cm):
2,5
Local de produção
Data de produção
Marcas/inscrições
Ilegível em alguns pontos: “Mil.... Senhora da Gloria a Ignácio Morais in..../.... lhe cairão os negros para o matar invocou a Sra....” “1796”, na inscrição (muito esmaecida) do verso.
Conjunto com
74 | 75 | 76 | 77 | 78 | 80 | 81 | 82 | 87 | 88
Fotógrafo
Data da foto
2007
Características técnicas
Madeira recortada, com moldura suposta, em quatro partes, pintadas de verde e marro; com pintura a têmpera nas cores azul, vermelho, preto e verde. Furo superior tampado pela moldura.
Características estilísticas
Curioso Ex-voto de cunho popular, pintado nas duas faces, sendo a original (por trás) datada de 1796; tendo sido copiada na outra face (da frente), em data posterior, no século XIX. Originário de Minas Gerais.
Características iconográficas/ornamentais
A invocação de Nossa Senhora da Glória ou da Assunção está diretamente associada às lutas travadas entre os reinos de Portugal e Castela, no decorrer do ano de 1385, período em que se pode falar de uma formação da nacionalidade portuguesa. Motivado pela vitória, o rei português D. João I determina que a partir de então todas as catedrais do reino fossem consagradas á Virgem da Assunção ou da Glória. Seu culto, por isso, foi muito difundido em Minas Gerais, onde, em suas representações mais comuns, a Virgem aparece de pé, coroada, levando o cetro e o Menino Jesus. (1)
Dados históricos
Não foram localizados dados específicos sobre o objeto. O ex-voto é o registro de um “milagre” ou graça alcançada através de santo ou de uma entidade divina. O termo deriva do latim “tabulae Votivae”, já sendo conhecido desde a Grécia antiga. No Brasil, eram denominadas comumente de “quadro de milagres” ou apenas por “milagres”, popularizando-se, principalmente, sob a forma de tábuas votivas. Essa tradição foi bastante cultivada em Minas Gerais. Nos séculos XVIII e XIX não havia capelas ou igrejas que não tivesse um conjunto de ex-votos, com pinturas regionais elaboradas de maneira despretensiosa e pitoresca, ou mesmo de cunho erudito. A sua tipologia, em Minas Gerais, repete a ibérica, distribuída em três planos: na parte inferior, a inscrição (ou legenda) com o nome do miraculado, as circunstâncias e a data em que ocorreu o milagre; ao centro, a figura do miraculado em seu quarto, preferencialmente deitado em posição pré-mortuária; na parte superior, a visão com a representação da divindade propiciadora da graça. (2)
Referências bibliográficas/arquívisticas
ALVES, Célio Macedo. “Um estudo Iconográfico”. In: COELHO, Beatriz (org.). Devoção e Arte. Imaginária Religiosa em Minas Gerais. São Paulo, EDUSP, 2005, p. 69-92.
|Promessa e Milagre no Santuário Bom Jesus de Matozinhos. Brasília, Publicações do SPHAN (no 34), 1981.