Documento
Metadados
Número de registro
080
Denominação
Título
Nossa Senhora das Dores
Autor
Classificação
Resumo descritivo
Ex-voto retangular vertical, com recorte semicircular superior, com orifício. Pintura central com uma mulher enferma, deitada em um leito de dossel. Visão no canto superior direito, com Nossa Senhora das Dores entre as nuvens, trespassada por um punhal; vestida de túnica branca e manto azul com forro vermelho. Inscrição na parte superior (ver acima). Fundo em branco, com contorno em friso pintado de vermelho.
Altura (cm):
22,5
Largura (cm):
14,5
Profundidade (cm):
1,0
Local de produção
Data de produção
Marcas/inscrições
“Mce que fes N Sra das Dores/ a Felisberta Maria dos Santos q./estando gravemte enferma alcansou/ a saúde (?)”*
Conjunto com
74 | 75 | 76 | 77 | 78 | 80 | 81 | 82 | 87 | 88
Fotógrafo
Data da foto
2007
Características técnicas
Madeira recortada, em uma só parte; com pintura a têmpera nas cores azul, vermelho, preto e branco.
Características estilísticas
Ex-voto de cunho popular, datável do século XIX, originário da Região de Caeté.
Características iconográficas/ornamentais
A devoção de Nossa Senhora das Dores teve muita repercussão em Minas Gerais nos séculos passados. É um culto muito recente, já que somente em 1727, o papa Benedito XIII ordenou aos católicos rezarem sobre as “Dores de Nossa Senhora”. Em Portugal, o culto a Nossa Senhora das Dores foi instituído pela Congregação do Oratório Divino, da cidade de Braga, em 1761, de onde se irradiou rapidamente para todo o reino. Ouro Preto foi a primeira vila mineira a acolher uma irmandade das Dores, isto em 1767, instalada em um altar da matriz de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias. Iconograficamente, a Virgem das Dores aparece de pé ou assentada, com vestes roxas, tendo seu peito trespassado por sete punhais, ás vezes substituídos por apenas um punhal. O número de punhais simboliza as sete dores experimentadas pela Virgem e relacionadas à vida de Jesus. (1)
Dados históricos
Não foram localizados dados específicos sobre o objeto. O ex-voto é o registro de um “milagre” ou graça alcançada através de santo ou de uma entidade divina. O termo deriva do latim “tabulae Votivae”, já sendo conhecido desde a Grécia antiga. No Brasil, eram denominadas comumente de “quadro de milagres” ou apenas por “milagres”, popularizando-se, principalmente, sob a forma de tábuas votivas. Essa tradição foi bastante cultivada em Minas Gerais. Nos séculos XVIII e XIX não havia capelas ou igrejas que não tivesse um conjunto de ex-votos, com pinturas regionais elaboradas de maneira despretensiosa e pitoresca, ou mesmo de cunho erudito. A sua tipologia, em Minas Gerais, repete a ibérica, distribuída em três planos: na parte inferior, a inscrição (ou legenda) com o nome do miraculado, as circunstâncias e a data em que ocorreu o milagre; ao centro, a figura do miraculado em seu quarto, preferencialmente deitado em posição pré-mortuária; na parte superior, a visão com a representação da divindade propiciadora da graça. (2)
Referências bibliográficas/arquívisticas
ALVES, Célio Macedo. “Um estudo Iconográfico”. In: COELHO, Beatriz (org.). Devoção e Arte. Imaginária Religiosa em Minas Gerais. São Paulo, EDUSP, 2005, p. 69-92.
|Promessa e Milagre no Santuário Bom Jesus de Matozinhos. Brasília, Publicações do SPHAN (no 34), 1981.