Documento
Metadados
Número de registro
078
Denominação
Título
Nossa Senhora da Glória
Autor
Classificação
Resumo descritivo
Ex-voto retangular vertical, com a parte superior arqueada, em moldura reentrante, marmorizada de azul. Pintura central representando um homem negro, de joelhos e mãos, com uma bengala entre os braços; vestido de casaca e calção escuro, camisa branca e calçado de sapatos pretos. Por trás aparece um banco comprido, sobre o qual tem um recipiente escuro, em formato cônico. Fundo em cortinado vermelho. Visão do lado esquerdo, com Nossa Senhora da Glória, coroada, de pé, em posição frontal e envolvida por nuvens, levando um cetro em uma das mãos, e na outra carregando o Menino Jesus nu. Vestida de túnica e manto azul e vermelho; base com três cabeças de anjos. Inscrição na parte inferior (ver acima). Fundo branco.
Altura (cm):
18,0
Largura (cm):
25,0
Profundidade (cm):
1,4
Local de produção
Data de produção
Marcas/inscrições
“Milagre que fes N S da Gloria a hum escravo por nome Miguel que/.....”(as duas linhas inferiores encontram-se apagadas e ilegíveis)
Conjunto com
74 | 75 | 76 | 77 | 78 | 80 | 81 | 82 | 87 | 88
Fotógrafo
Data da foto
2007
Características técnicas
Madeira entalhada (com a moldura), em uma só parte; pintura a têmpera, nas cores vermelho, branco, azul, preto, marrom e cinza.
Características estilísticas
Ex-voto de cunho popular, datável do século XVIII, originário de Minas Gerais.
Características iconográficas/ornamentais
A invocação de Nossa Senhora da Glória ou da Assunção está diretamente associada às lutas travadas entre os reinos de Portugal e Castela, no decorrer do ano de 1385, período em que se pode falar de uma formação da nacionalidade portuguesa. Motivado pela vitória, o rei português D. João I determina que a partir de então todas as catedrais do reino fossem consagradas á Virgem da Assunção ou da Glória. Seu culto, por isso, foi muito difundido em Minas Gerais, onde, em suas representações mais comuns, a Virgem aparece de pé, coroada, levando o cetro e o Menino Jesus. (1)
Dados históricos
Não foram localizados dados específicos sobre o objeto. O ex-voto é o registro de um “milagre” ou graça alcançada através de santo ou de uma entidade divina. O termo deriva do latim “tabulae Votivae”, já sendo conhecido desde a Grécia antiga. No Brasil, eram denominadas comumente de “quadro de milagres” ou apenas por “milagres”, popularizando-se, principalmente, sob a forma de tábuas votivas. Essa tradição foi bastante cultivada em Minas Gerais. Nos séculos XVIII e XIX não havia capelas ou igrejas que não tivesse um conjunto de ex-votos, com pinturas regionais elaboradas de maneira despretensiosa e pitoresca, ou mesmo de cunho erudito. A sua tipologia, em Minas Gerais, repete a ibérica, distribuída em três planos: na parte inferior, a inscrição (ou legenda) com o nome do miraculado, as circunstâncias e a data em que ocorreu o milagre; ao centro, a figura do miraculado em seu quarto, preferencialmente deitado em posição pré-mortuária; na parte superior, a visão com a representação da divindade propiciadora da graça. (2)
Referências bibliográficas/arquívisticas
ALVES, Célio Macedo. “Um estudo Iconográfico”. In: COELHO, Beatriz (org.). Devoção e Arte. Imaginária Religiosa em Minas Gerais. São Paulo, EDUSP, 2005, p. 69-92.
|Promessa e Milagre no Santuário Bom Jesus de Matozinhos. Brasília, Publicações do SPHAN (no 34), 1981.