Documento
Metadados
Número de registro
081
Denominação
Título
Santa Rita de Cássia
Autor
Classificação
Resumo descritivo
Ex-voto retangular horizontal, com moldura suposta, pintada de vermelho e prateado. Centro com pintura de um homem enfermo, deitado em um catre escuro, de cabeceira alta, de recorte arqueado, e peseira com ponteiras; homem coberto por colcha de motivos florais. Canto direito com cortinado. Visão no lado esquerdo, representando a Santa Rita de Cássia, envolvida por nuvens, trazendo a palma com três coroas e um crucifixo; vestida de hábito preto com túnica, manto e véu; coifa branca, com a marca do estigma na testa. Inscrição na parte inferior (ver acima). Fundo branco.
Altura (cm):
22,7
Largura (cm):
31,5
Profundidade (cm):
1,0
Local de produção
Data de produção
Marcas/inscrições
“Mercê que fez a glorioza S. Rita a Manoel João que estando rossan/do a sua rossa cahiu hua queda que quebrou duas costellas; e esteve muito enfermo e/ apegando se com a dita Santa milhorou e ficou são e por memória mandou fazer este 1835”.
Conjunto com
74 | 75 | 76 | 77 | 78 | 80 | 81 | 82 | 87 | 88
Fotógrafo
Data da foto
2007
Características técnicas
Madeira recortada, com a moldura em quatro partes pregadas; com pintura a têmpera nas cores vermelho, preto, bege, cinza, marrom e branco; com douramento nas coroas; tachas por trás.
Características estilísticas
Ex-voto de cunho popular, com a pintura mais elaborada, datado de 1835, originário da Região de Caeté.
Características iconográficas/ornamentais
Rita é a abreviatura de Margarida. Viveu no século XV, na Úmbria, Itália. Tendo perdido o marido e os filhos, fez-se monja agostiniana no Convento de Cascia. Era estigmatizada. (Tinha na fronte um ferimento que não sarava – como se fora causado por um espinho da coroa de espinhos de Cristo.) Evocada nos casos desesperados ou de solução impossível, devido ao seu milagre final. Ao morrer, pediu uma rosa (alguns dizem um figo), rosa que miraculosamente florira fora de estação no seu jardim. É representada rodeada de abelhas que lhe teriam rodeado o berço, um espinho da coroa de Cristo na fronte e uma flor ou crucifixo na mão, como é mais comum representá-la em Minas Gerais. É comemorada pela Igreja em 22 de maio. (1) e (2)
Dados históricos
Não foram localizados dados específicos sobre o objeto. O ex-voto é o registro de um “milagre” ou graça alcançada através de santo ou de uma entidade divina. O termo deriva do latim “tabulae Votivae”, já sendo conhecido desde a Grécia antiga. No Brasil, eram denominadas comumente de “quadro de milagres” ou apenas por “milagres”, popularizando-se, principalmente, sob a forma de tábuas votivas. Essa tradição foi bastante cultivada em Minas Gerais. Nos séculos XVIII e XIX não havia capelas ou igrejas que não tivesse um conjunto de ex-votos, com pinturas regionais elaboradas de maneira despretensiosa e pitoresca, ou mesmo de cunho erudito. A sua tipologia, em Minas Gerais, repete a ibérica, distribuída em três planos: na parte inferior, a inscrição (ou legenda) com o nome do miraculado, as circunstâncias e a data em que ocorreu o milagre; ao centro, a figura do miraculado em seu quarto, preferencialmente deitado em posição pré-mortuária; na parte superior, a visão com a representação da divindade propiciadora da graça. (3)
Referências bibliográficas/arquívisticas
MEGALE, Nilza Botelho. Santos do Povo Brasileiro. Petrópolis/RJ, Vozes, 2002
|TAVARES, Jorge C. Dicionário de Santos. Porto, Lello & Irmão – Editores, 1990.
|Promessa e Milagre no Santuário Bom Jesus de Matozinhos. Brasília, Publicações do SPHAN (no 34), 1981.