Documento
Metadados
Número de registro
074
Denominação
Título
Santana Mestra
Autor
Classificação
Resumo descritivo
Ex-voto recortado em formato de uma cartela cordiforme, delimitada por friso dourado. Pintura central com a figura de um homem, vista de frente, deitada sobre um leito de cabeceira alta, com recortes curvos e arrematada por palmeta, com dossel vermelho e cortinado. Visão muito pequena, no canto superior direito, representando a Santana acompanhada da Virgem Menina, envolvida por nuvens brancas. Inscrição em branco na parte inferior.
Altura (cm):
27,7
Largura (cm):
21,0
Profundidade (cm):
1,0
Local de produção
Data de produção
Marcas/inscrições
“Mce que fes a Sra Sta Anna a Jose Ferra/de Meneses vindo das minas lhe derão hua/s sezoens malinas das coais padeceo/ três mezes e invocando a dita sra/ logo se vio livre da dita/ infermidade/ em anno/ de / 1748”.*
Conjunto com
74 | 75 | 76 | 77 | 78 | 80 | 81 | 82 | 87 | 88
Fotógrafo
Data da foto
2007
Características técnicas
Madeira recortada em curva, em uma só parte; pintura a têmpera, nas cores vermelho, branco, ocre e cinza; com douramento.
Características estilísticas
Ex-voto de confecção mais elaborada, datado de 1748, com pintura de gosto joanino. Originário de Minas Gerais.
Características iconográficas/ornamentais
Santana, esposa de São Joaquim e mãe da Virgem Maria, cujo culto é bem antigo, datando do século VI, no Oriente, e do século VIII, no Ocidente. A história de Santana não se encontra na Bíblia, foi criada em cima de uma tradição que bebeu suas fontes nos escritos apócrifos. Culto bastante comum em Minas Gerais onde teria chegado com os primeiros povoadores, daí proliferando-se rapidamente. Outro fato que auxiliou essa proliferação foi o papel das confrarias de Santana, associadas à caridade e à cura de doenças. Em Minas Gerais geralmente aparece sob a invocação de Santana Mestra, uma matrona sentada em uma cadeira com um livro aberto nos joelhos, ensinando a Virgem menina. As variações de sua representação ficam a gosto do artista, da época e da região (1) (2) e (3)
Dados históricos
Não foram localizados dados específicos sobre o objeto. O ex-voto é o registro de um “milagre” ou graça alcançada através de santo ou de uma entidade divina. O termo deriva do latim “tabulae Votivae”, já sendo conhecido desde a Grécia antiga. No Brasil, eram denominadas comumente de “quadro de milagres” ou apenas por “milagres”, popularizando-se, principalmente, sob a forma de tábuas votivas. Essa tradição foi bastante cultivada em Minas Gerais. Nos séculos XVIII e XIX não havia capelas ou igrejas que não tivesse um conjunto de ex-votos, com pinturas regionais elaboradas de maneira despretensiosa e pitoresca, ou mesmo de cunho erudito. A sua tipologia, em Minas Gerais, repete a ibérica, distribuída em três planos: na parte inferior, a inscrição (ou legenda) com o nome do miraculado, as circunstâncias e a data em que ocorreu o milagre; ao centro, a figura do miraculado em seu quarto, preferencialmente deitado em posição pré-mortuária; na parte superior, a visão com a representação da divindade propiciadora da graça. (4)
Referências bibliográficas/arquívisticas
MEGALE, Nilza Botelho. Santos do Povo Brasileiro. Petrópolis/RJ, Vozes, 2002
|PASTOREAU, Michel. La Biblia y los Santos. Madrid, Alianza Editorial, 1996.
|ROIG, Juan Ferrando. Iconografía de los Santos. Barcelona, Ediciones Omega, 1950.
|Promessa e Milagre no Santuário Bom Jesus de Matozinhos. Brasília, Publicações do SPHAN (no 34), 1981.